Exames e tratamento de retina em Manaus
Em nosso site já conversamos sobre as principais doenças que afetam retina e citamos alguns dos tratamentos realizados na retinopatia diabética e na Doença Macular Relacionada a Idade (DMRI). Vamos nos aprofundar um pouco mais nos tratamentos dessas doenças?
Panfotocoagulação
De maneira bem simples e grosseira, de forma que qualquer pessoa entendesse a fotocoagulação, poderíamos dizer que ela nada mais é que um laser que queima a retina periférica, para que esse tecido em sofrimento morresse logo e não produzisse mais proteínas que ativam a inflamação, preservando assim a visão central, aumentando as chances de a longo prazo esse paciente não cegar. Infelizmente é um procedimento doloroso, sendo dividido em 4 sessões em média de cada olho.
Nele paciente fica sentado numa lâmpada de fenda, coloca-se anestésico, em seguida uma lente de contato que permite a visualização de toda periferia da retina. A vantagem desse procedimento é que ele é irreversível, então mesmo se paciente se mantiver por anos sem voltar na consulta, sabemos que a periferia fotocoagulada não está em sofrimento, pois já foi queimada. Muito indicada nos pacientes retinopatia diabética, porém pode ser necessária em pacientes que tiveram a doença de oclusão de veia central da retina, quando é apenas oclusão de ramo não é panfotocoagulação e se fotocoagulação focal, que difere do que explicamos apenas por ser apenas um segmento da retina, ao invés dela toda.
Injeção intravítrea de anti-VEGF
O principal objetivo da medicação é ganho de visão.
O VEGF (que em português significa Fator de Crescimento Endotelial) é uma proteína que estimula a produção de novos vasos sanguíneos em tecidos em sofrimento, o problema é que esses neovasos são frágeis e embora a intenção seja boa, eles não conseguem realizar seu objetivo que seria levar oxigênio e nutrientes para as áreas de escassez (isquemia). Como resultado, temos as complicações desses vasos doentes, sendo o sangramento uma das principais. Na tentativa de impedir esse processo, fazemos uso de medicações que inibam a produção essa proteína, surgindo então o anti-VEGF. São usados no tratamento do edema macular diabético e no secundário e na DMRI na sua forma exsudativa.
Temos atualmente 4 drogas desse grupo.
A indicação correta sobre qual será a medicação utilizada dependerá de acordo com a situação de cada olho, para isso nós oftalmologistas, estudamos vários protocolos, baseados em grandes estudos só dessas medicações, que tentam responder a todos os casos que encontramos na prática clínica.
Em geral, aplicamos inicialmente 3 injeções no olho doente, com intervalo de 4 semanas entre eles e depois daí vamos discutir a frequência que vamos manter, se aplicaremos só quando a doença piorar novamente ou se teremos aplicação em intervalos previamente determinados independente da piora da visão.
Embora o procedimento possa ser realizado em ambiente ambulatorial, nossa empresa prefere a segurança de um centro cirúrgico para isso. A injeção é relativamente tranquila, o paciente tem sua pupila dilatada e após a colocação de anestésico e assepsia, marcamos na conjuntiva o local por onde uma agulha bem fina entrará e posteriormente penetramos o globo ocular, colocando a medicação dentro do gel do olho (vítreo). Procedimento rápido e seguro.
Cirurgia de retina – Vitrectomia posterior
Se você chegou até aqui é porque a situação pode ser mais complexa. Muitos esquecem, mas oftalmologia é uma especialidade cirúrgica e em algumas situações não há outro jeito de se tentar resolver o problema. Embora a ideia de que a cirurgia de retina é uma única cirurgia para todos os casos, isso não é verdade. A técnica usada dependerá da indicação do caso, pois “os passos” de uma cirurgia de descolamento de retina regmatogênico é diferente de um descolamento tracional (comum nos diabéticos), que por sua vez é diferente de um buraco macular. Sei que é bem complexo tentar explicar isso, mas ideia é explicar que cada caso é um caso. Algumas vezes, o olho está tão machucado, que nem mesmo a cirurgia é mais indicada, infelizmente. Lembrando que a medicina está avançando cada vez mais. Então o que é verdade hoje, pode não ser em 10 anos.
Na cirurgia, após anestesia, assepsia e antissepsia do olho, acessamos a cavidade vítrea (o gel do olho) através de pequenas incisões (pequenas de verdade, oftalmo opera com microscópio por conta disso) na esclera, colocamos três trocáteres (um em casa incisão), que será por onde os instrumentos necessários para a cirurgia serão colocados e iniciados os passos necessários. Dependendo da indicação, próximo do fim da cirurgia, colocamos um agente tamponante, que tem a função de deixar a retina operada no lugar, ele pode ser óleo de silicone, gases, líquidos, tudo vai depender da indicação e de quanto tempo é necessário que esse agente fique “segurando a retina”.